A Colposcopia
A colposcopia é um exame fundamental na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer do colo do útero, além de auxiliar na avaliação de alterações da vagina e da vulva.
É um procedimento simples, rápido e indolor, realizado em consultório, por médicos capacitados em Patologia do Trato Genital Inferior (PTGI) e Colposcopia. Durante o exame, utiliza-se um aparelho chamado colposcópio, que possui lentes de aumento e filtros de luz, permitindo uma visualização detalhada do colo do útero e das demais estruturas genitais.
A colposcopia também pode ser utilizada para examinar a vulva, períneo, região anal e pênis, sempre que houver necessidade de uma avaliação mais precisa dessas áreas.
Quando a colposcopia é indicada?
De acordo com as diretrizes do INCA e do Ministério da Saúde (Portaria SECTICS/MS nº 3, de março de 2024), que incorporam o teste de DNA-HPV como método principal de rastreamento, a colposcopia deve ser realizada sempre que houver alterações nos exames de rastreamento (citologia ou teste de HPV).
As indicações principais incluem:
- Lesão intraepitelial de alto grau (LIE-AG / HSIL);
- Lesão intraepitelial de alto grau, sem excluir invasão;
- Adenocarcinoma in situ (AIS);
- Suspeita de invasão;
- Alterações de células escamosas de significado indeterminado, sem afastar LIE-AG (ASC-H);
- Alterações de células glandulares (AGC);
- Controle após tratamento de lesões precursoras ou câncer do colo do útero.
Também é indicada nos seguintes casos:
- Lesão intraepitelial de baixo grau (LIE-BG / LSIL) ou ASC-US persistentes em dois exames consecutivos;
- Teste de DNA-HPV positivo para os tipos 16 e 18, independentemente do resultado da citologia;
- Persistência do Teste de DNA-HPV positivo para outros tipos de HPV oncogênicos, que não o 16 e 18;
- Alterações visíveis no colo do útero, vagina ou vulva, observadas durante o exame ginecológico de rotina.
Outras situações em que a colposcopia pode ser útil
Em contextos onde há disponibilidade do exame, como nos serviços especializados e privados, a colposcopia também pode ser realizada em casos como:
- Primeira alteração de ASC-US ou LIE-BG, conforme avaliação médica;
- Diagnóstico de HPV na citologia ou no teste molecular (mesmo que não sejam os tipos 16 e 18);
- Sangramento vaginal durante a relação sexual (sinusorragia) ou dor durante o ato sexual (dispareunia);
- História de infecção sexualmente transmissível (IST) atual ou prévia;
- Vulvovaginites de repetição ou prurido vulvar persistente;
- Avaliação pré-operatória em cirurgias ginecológicas;
- Solicitação da paciente, como exame complementar de rastreamento.
Como é feito o exame
A colposcopia dura cerca de 10 a 20 minutos e é realizada com a paciente em posição ginecológica, semelhante ao exame preventivo (Papanicolaou).
Durante o procedimento:
- O médico aplica substâncias como ácido acético e solução de lugol, que ajudam a destacar possíveis áreas alteradas;
- Se necessário, pode ser feita uma biópsia dirigida, coletando um pequeno fragmento de tecido para análise;
- A paciente pode sentir leve desconforto, mas o exame é geralmente bem tolerado e não requer anestesia.
Cuidados antes da colposcopia
Para garantir a melhor visualização possível, recomenda-se:
- Evitar relações sexuais por 24 a 48 horas antes do exame;
- Não usar cremes vaginais, duchas íntimas ou absorventes internos dois dias antes;
- Evitar o exame durante o período menstrual (caso o fluxo esteja moderado ou intenso).
Depois do exame
A colposcopia simples não requer repouso.
Se houver biópsia, pode ocorrer pequeno sangramento nos dias seguintes — recomenda-se evitar relações sexuais, duchas vaginais e banhos de imersão por cerca de 3 a 5 dias.
A trajetória da colposcopia e seus padrões de qualidade
A colposcopia foi descrita pela primeira vez em 1925 por Hans Hinselmann e, desde então, é considerada um exame consagrado e padronizado mundialmente.
No Brasil, sua prática segue as normas da Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia (ABPTGIC), filiada à International Federation for Cervical Pathology and Colposcopy (IFCPC).
A ABPTGIC realiza anualmente a Prova de Título de Qualificação em PTGI e Colposcopia, além de emitir o Selo de Qualidade em Colposcopia para serviços que mantêm os padrões técnicos e éticos recomendados.
O papel do Instituto de Colposcopia de Brasília (ICB)
O ICB é referência no diagnóstico e tratamento das doenças do trato genital inferior, com equipe médica titulada pela ABPTGIC e ampla experiência em colposcopia, biópsia dirigida e manejo da infecção por HPV.
Nosso compromisso é oferecer atendimento humanizado, tecnologia atualizada e protocolos baseados nas diretrizes nacionais (INCA/MS, 2024) e internacionais (ASCCP, IFCPC).
Cuidar da sua saúde é o primeiro passo para prevenir o câncer do colo do útero.
Agende sua consulta e mantenha seus exames em dia.
Fontes:
- Instituto Nacional de Câncer (INCA) – Diretrizes Brasileiras para Rastreamento do Câncer do Colo do Útero, 2024
- Ministério da Saúde – Portaria SECTICS/MS nº 3, de 07/03/2024
- ASCCP – Risk-Based Management Guidelines, 2020–2023
- ABPTGIC / IFCPC – Manuais e Padrões de Colposcopia
